quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Agenda






Acabamos de publicar as respostas a algumas questões que nos foram
apresentadas por ocasião do I Seminário OAB/SP sobre Ensino Religioso.
Convidamos para a conversa!!!

Aproveitamos para comunicar os eventos agendados - apenas para reserva da data, enviaremos detalhes:

06/10 - Lançamento do meu livro O mal em Machado de Assis pela Musa Editora - SP!!! Conto com a presença de todos!!!!!!!!!!

05/11 - Seminário sobre Ensino Religioso, em Recife. Promoção da ASPPER em parceria com o Colégio Americano Batista!!! Participação da Dra. Fernanda Pimenta (OAB/SP), dos professores Marcos Ferreira Santos (USP) e Marinilson Barbosa da Silva (UFPB) e alunos da UFPB!!!

16/11 - II Seminário OAB/SP sobre o Ensino Religioso - Mogi das Cruzes. Promoção conjunta da ASPPER!!!

18/11 - Encontro do Grupo de Estudos Rosenzweig - Lab_Arte da FEUSP - SP!!!

19/11 - Formação ASPPER para professores - SP - Parceria: Comissão de Direito Educacional e Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/SP; Diálogo - Revista do Ensino Religioso
da Paulinas Editora e do Lab_Arte da Faculdade de Educação da USP!!! Apoio UFPB - Departamento de Ciências das Religiões.

A agendar: Lançamento O mal em Machado de Assis na UFPB - João Pessoa!!!

Comunicamos também que nossa dissertação de mestrado será publicada pela UFPB, ainda este ano, sob o título
Contribuições para uma epistemologia do Ensino Religioso!!!
Esperamos que seja mais uma contribuição às discussões ne cessárias para consolidação desse componente curricular
em sua especificidade!!!

Aos amigos do Departamento de Ciências das Religiões da UFPB, alunos, professores, coordenação, que me acolheram,
minha eterna gratidão!!!!!!!!!!

Fiquem à vontade para entrar em contato. Enviaremos maiores informações!!!

Grande abraço, vamos em frente!!!!!!!!!!


terça-feira, 27 de setembro de 2011

PERGUNTAS DO I SEMINÁRIO SOBRE O ENSINO RELIGIOSO

13/08/2011 – SALÃO NOBRE DA OAB/SP

Continuando a conversa...





Para: Profa. Viviane Cristina Cândido





Pergunta: Padronizar o E.R. nas escolas públicas e particulares não é também limitar a liberdade (tolher) daqueles que buscam um aprofundamento específico de determinada religião?



Não se trata de padronizar o ER, e sim de entendê-lo como um componente curricular. Se é um componente curricular, deve ter um conteúdo específico e se tem um conteúdo específico, este conteúdo deve ser básico para o ER que acontece quer na escola pública quer na escola particular confessional, ou seja, aquela que pertence a algum grupo pertencente à uma religião específica.

Quanto ao aprofundamento específico de determinada religião, penso que este não caiba ao ER e sim a um trabalho efetivo do que podemos chamar de pastoral escolar, este seria o lugar para as práticas confessionais, posto que só participariam da pastoral aqueles que quisessem viver uma experiência religiosa na escola.



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Pergunta: Em opinião própria, qual seria a melhor maneira de discernir o melhor caminho para o ensino religioso no Brasil, devido a pluralidade de religiões existentes?



O Ensino Religioso deve caminhar em busca de sua epistemologia. Definido epistemologicamente esse componente curricular teria clareza de sua finalidade na Educação Básica e de qual é, afinal, o conteúdo que pode proporcionar.

Quanto à pluralidade de religiões existentes no Brasil, jamais daremos conta de todas elas. O que podemos fazer é, em minha opinião, trabalhar isso do ponto de vista local, ou seja, a nós devem interessar as religiões presentes em sala de aula, em crianças, adolescentes, jovens e adultos concretos. A escola é um espaço/tempo de relações e é a essas que devemos estar atentos e, a partir disso, estabelecer o diálogo e a convivência com o outro e isto é extremamente complicado simplesmente pelo fato do outro ser o outro e não nós mesmos... Conviver é difícil, ainda mais na diferença, seja ela qual for, então, é preciso olharmos para os sujeitos reais, em suas práticas reais. Algo como um “só por hoje vamos conviver bem”!!!



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Pergunta: A música e a arte quando são puras, advém da Inspiração Divina. Então, porque a música e a arte não fazem parte do ensino fundamental? Assim os jovens veriam a vida por outros prismas. A meditação natural.



Concordo que a música e a arte são importantes para a Educação. Mas sempre acreditei que não precisam ser disciplinas específicas, não se trata de aprender música e arte como conteúdos e sim de viver com música e arte, entende a diferença? A Beleza... A meu ver, todos os componentes curriculares deveriam ter na música e na arte fortes aliados para o seu fazer pedagógico.

Tenho medo desse excesso de novas disciplinas impostas à escola... gosto de repetir com Demerval Saviani que a escola deve ensinar a escrever, ler e contar...



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Pergunta: Mediante sua fala final um dos assuntos a ser trabalhado em sala de aula seria a alteridade? Como trabalhar?



Alteridade não é assunto é uma possibilidade de conseqüência... explico. Urge fugirmos da educação que, ao invés de falar com seres reais e suas realidades contingentes, fala com seres hipotéticos e idealizados... Os seres reais estão colocados num ambiente de relações que é a escola e, na verdade, tem dificuldade para se relacionarem... As dificuldades advêm da diferença... o outro é sempre um problema... Nessa perspectiva, não adianta falar sobre a alteridade e trabalhar isso como “um lugar a que chegar”, é preciso tratar da condição humana; ajudar crianças, adolescentes, jovens e adultos a perceberem tais dificuldades, compreendê-las, compreendendo a si mesmos, de modo a não idealizarem as relações mas viverem-nas como são, sem mais nem menos.

A modernidade nos carrega de motivações para sermos auto-suficientes... quem se acredita auto-suficiente não encontra espaço em sua vida para o outro... guarda uma imagem do outro, a qual, no fundo, é a imagem de si mesmo, assim o outro só é motivo de decepção...

Então falaremos de alteridade, podemos trazer autores importantes sobre esse tema como Emmanuel Lévinas, Martin Buber, Gabriel Marcel, Franz Rosenzweig, Zigmund Bauman, entre outros, mas importa mesmo vivenciar alteridade... Desse ponto de vista, vale lembrar a minha proposição para a finalidade do ER: possibilitar aos educandos uma ampliação de sua visão de mundo, levando-os a uma maior compreensão das questões religiosas no âmbito da vida moderna, tendo a religião como seu objeto de estudo, elevando tais estudos e reflexões à categoria de elementos colaboradores na compreensão e vivência e diálogo na diferença.



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Pergunta: O ensino confessional continua no Ensino Religioso a propor a catequese. Não seria bom uma monitoria do MEC nessas instituições?

O problema maior está num Ensino Religioso que não se constitui como uma disciplina, uma área de conhecimento. Até mesmo do ponto de vista da legislação o tema é controverso: trata-se de uma disciplina cuja oferta é obrigatória para as instituições de ensino e a matrícula facultativa aos alunos e seus responsáveis. Ora, isso já demonstra a não compreensão do ER como componente curricular, infelizmente.

De outro lado, é bom lembrarmos que o FONAPER propôs, em 1997, logo após a inclusão do ER como disciplina na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso os quais o MEC não avaliou, justificando que não tinha pareceristas qualificados para decidir sobre esse tema. Depois desses anos, a questão tem voltado às pautas e, de fato, nesse aspecto, estamos no âmbito do Direito Educacional, daí a imensa importância de Seminários como este, realizados pela OAB/SP, por meio da Comissão do Jovem Advogado que estuda e trabalha em Direito Educacional, em parceria com a ASPPER – Associação de Professores e Pesquisadores em Educação e Religião.

Devemos destacar ainda a parceria da Comissão de Liberdade Religiosa, da Diálogo – Revista do Ensino Religioso e do Lab_Arte da Faculdade de Educação da USP!!! Esse trabalho conjunto tem possibilitado a ampliação da discussão!!!



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Pergunta: Se fizessem um trabalho junto aos órgãos públicos educacionais, a mídia televisiva e escrita, em tentar orientar a população quanto a importância ao ensino religioso na educação, pois acredito que não adianta em nada eu tentar dar uma educação religiosa à minha família. Para que haja uma melhoria em todo o conceito de educação e melhoria de uma vida de respeito entre todos, pois é isso que precisamos, possamos ter uma nação melhor.



Diante do que foi aqui exposto, espero que tenha ficado claro que, embora saiba que precisamos de políticas públicas para as questões da gestão educacional, não acredito em  saídas de grande porte, a cargo do governo ou da militância. Penso que a saída esteja na consolidação de uma epistemologia para o ER que garanta a esse componente curricular o seu lugar como componente curricular e que ele aconteça assim na realidade da sala de aula, nem mais nem menos.



Obrigada sempre e de coração a todos!!!!!!!!!!!!!!!



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